segunda-feira, 24 de março de 2008
Clarice, ah Clarice


"Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu finalmente esteja sorrindo logo hoje que não dia de sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade."
sábado, 22 de março de 2008
Longa conversa de bar com Nancy Huston

- Estou persuadida de que os seres humanos estão invadidos pela ficção, sem nem saberem.
- Hollywood e o American way?
- Não... Aí, pelo menos, a verdade não tem pretensão de ser eterna. Mas na construção de você mesmo, parece que tudo o que nos contam sobre nação, religião, família, é para que construamos um personagem.

- Estou persuadida de que os seres humanos estão invadidos pela ficção, sem nem saberem.
- Hollywood e o American way?
- Não... Aí, pelo menos, a verdade não tem pretensão de ser eterna. Mas na construção de você mesmo, parece que tudo o que nos contam sobre nação, religião, família, é para que construamos um personagem.
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