quarta-feira, 21 de setembro de 2011

só de saudades da vida azul e branca do livro da face

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

                                                                                                  por porta aporta ou "entre os frisos da chave"  

[Malika Favre]


No acaso e no sem plano, estava dia 11 com a quase-família, proseando a tarde clara. É que a irmã da amiga está se separando, e ela diz, com o olhar úmido do tom desfibrilado:

"quando escuto o suposto ladrão atrás 
da porta, escuto a sua respiração através 
da fechadura. esta respiração é a minha. 
mas o ladrão que eu não escuto é o mais temível".

Quase entendo. Mas não antes do sorriso doce da avó, que afaga e cumplicia "ô, anjinho. não-não, isso não é companhia."

terça-feira, 13 de setembro de 2011

E o sacro-secreto de novo em-x-posição ou "a gravidez do sempre-retorno":


É coisa de origem errante e naturezironia:
ilusa de desejo anti-antes,
luzia de insaber pró-sorria.

[Jean-Baptiste Mondino]
E quando o sol dilatar, 
dar à luz
système des beaux-arts

segunda-feira, 12 de setembro de 2011


Meu 22º 6/9. Falei superabundância e dei um beijo na vida.  Pronto, pronto, o dia já re-amanheceu.

a liberdade de não esperar correspondência ou "gargalhada imendiga dos deuses-amplidão"


[chris frazer smith invertido]

nasci em tempos de pouco correio, posso ir à praia sem ansiedade.
o mar alegra a alma
 ele é, como ela, 
aspiração infinit-impotente, 
élan rompido e quedas, 
lamento eterno e doce.

é também o único céu 
em que sabemos mergulhar

domingo, 11 de setembro de 2011

umbigos em descompasso olhar-palavra ou "obstinadamente"


o erro produzirá o erro
relógio
por que quereria alma minha na cama?
artifício é a natureza humana
fabricação do desejo
messiânico ou mítico?
fascínio-devoção
circular 
.
ou sagital
ou que corpo nos assuntos da língua?
são palavras-línguas
cheiro estrangeiro, binário
úmidas, ásperas 
não me lembro mais 
e deleitosas
da melodia do refrão.


existe saída do sonho?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

E então acordei de manhã nova prum novo dia.
Novo como toda coisa que pressupõe um fim, algum fim.

Não, não novo que diga outra origem.
Mas também não novo que diga paz.
Novo irrequieto, novo como o silêncio entre as balas do canhão.
Novo porque me espera a mim, que chego tarde na história que eu mesma vivi.

Inevitavelmente tarde, ocupada antes com o fio desconfioso de tecer.
Quase desejavelmente tarde, ainda tarde como só haveria de ser.
Disto-e-pra-isto, tarde bem entendido; tarde, e não atrasada.
Tarde é, então, agora: é o escrúpulo que julga o passado.

Tarde é a minha alma autor-personagem vindo me visitar, irritada.
Alma minha que julga, alma indiferente ao que reconhece ter sido desejo.
Alma persuasível pelo metro, toda contenção.

Alma que olha a espera dos carros no cruzamento, um na companhia do outro para nunca mais se verem; e diz:
"as yes is to if, love is to yes: nothing false and possible is love"

domingo, 4 de setembro de 2011

quanto mais nova a flor do lácio melhor ou "a realidade maternal da língua"

Vermelho-vermelha, vermelho, cheia de cores. De repente amarelo e o "ah" que suspira epimeteudendo de novo. O riso amarelo diz vergonha sensível dinvisível, todo misturado. Mas também é amarelo luneta-microscópica, amarelo auditor da injustiça do metro, que é tão-somente servo do amarelo vira-verde.  Enraizadamente matriótico e bom. E o presente é, então, Prometeicontido: amarelo encarnado é redondo: é sol: é vermelho.