terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sonhei que beijava a Ingrid Bergman 

- ...
- ...
- Não temos assunto.
- A gente pode não falar.
- Ahn...?
- Sabe, acho que o beijo é um truque da natureza para parar a conversa quando as palavras ficam supérfluas.



- Somebody has aids. Nobody wants to play with him.
- Oh, it's really no problem, then!  I'm Nobody.



- Ai, caiu.
- Ainda bem que você trouxe a câmera...


basic instinct

- Caramba!
- Que foi?
- É que é esquisito... Hoje eu tô cabendo em mim.




- Por que será que os pássaros cantam?
- Porque eles não procuram respostas.

Ou eles cantam porque sabem cantar.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Sermão com Joseph Wood


- Menina, não pixa a parede.
- Por quê?
- Porque é vandalismo.
- Então cortar uma árvore é o quê?
- É desenvolvimentismo.

Me sentia quente e bem.
Ouvia um jazz e pensava em alguém que pudesse só me olhar se fosse para arrancar a minha alma.

Me chamaram para comer e ver as newst news.

Cobri minhas pernas e me encolhi de novo, mas agora o resto do mundo existia do lado de fora da porta. E eu tinha perdido a minha melhor solidão.

domingo, 21 de setembro de 2008



A gente
Se ilude, dizendo:
"Já não há mais coração"


Sempre voto em lobos.



- Vovó, por que tantos cavalos de potência se a velocidade é controlada nas ruas?
- É para você pagar mais, chapeuzinho...


Uma janela aberta há 344 anos.

Pergunte ao google quem disse isso:



"My painting is visible images which conceal nothing; they evoke mystery and, indeed, when one sees one of my pictures, one asks oneself this simple question 'What does that mean'? It does not mean anything, because mystery means nothing either, it is unknowable."

[Hopper - "Yawl Riding a Swell", 1935] 

-  Nossa, 13h ontem foi a melhor hora do dia.

-  Ainda bem que algumas horas nunca passam...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


- Queria me amar mais.
- Até quanto?
- Até me sentir completa.
- Mas aí você teria que se dividir em duas, três... até precisar procurar se sentir completa de novo.
Bienal de Veneza, poltrona de aspirinas e urubus



"É que todos os objetos pareciam dormir ou, intimidados, evitavam existir.
Dei uns passos, hesitante e confortável: nenhum gesto era esperado de mim."

Ela sorria. Eles sorriam. E olhavam, e escutavam.

Nada mais solitário do que uma festa.

- Cada um se imagina diferente dos outros, cada um prefere a si mesmo.
- E todos se enganam.

terça-feira, 9 de setembro de 2008


Detestava esses quartos de hotel anônimos onde tanta gente tinha passado sem deixar nada, nenhum traço. No máximo um suspiro num canto ou uma música no chuveiro.

Tudo seria exatamente igual, só eu que não vou estar mais aqui.
Se, pelo menos, a gente pudesse machucar o ar e o vento engolfasse gemendo; mas não, nem uma ruga, nem uma falha.

"Vai ver que a morte é isso" me decidi, quando a única coisa que restava era matar o tempo.
First things first


Ela tossiu. Tinha a garganta embolada num nó esquisito. Agora? Não devia olhar para baixo. Não devia especular o futuro, não devia pensar em nada. Então pousou a xícara no pires.
E saiu de casa.

Nunca mais esqueceria daquele barulho tintilado.
Ele sempre voltava quando ela achava que tinha se feito tudo errado.


"Às vezes eu preciso de cola nessa escola esquisita que flutua no universo."



- Ai, você tem sorte de ser tão simples.
- Quem te impede de jogar a ambição no lixo?
Ri, sem me sentir alegre.
- Eu mesma.

domingo, 7 de setembro de 2008

angústia



Deitada, esperando ver se passa logo.


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Medeia, de Eugène Delacroix

"A mão que afaga é a mesma que apedreja"