Na confusão pouco movimenfractal da forma, ou "música é poeira das Musas"
[ignacio torres]
Era ontem mesmo quando eu quase acreditei no exílio dos deuses.
Ouvia uma música querendo outra.
Foi disso que veio a pulga. Não da camada toda-espessa de nuvens, nem do ar frio-abafado. Não.
Se eu quisesse, teria visto neles mais poder afável do que morimbundice.
Foi definitivamente porque eu ouvia uma música querendo outra.
Do definitivamente, seguiu:
a convicção daninhamente instalada de que eu nunca amei os deuses virou silêncio.
a convicção daninhamente instalada de que eu nunca amei os deuses virou silêncio.
E silêncio, ah, silêncio.
Outro jeito de dizer espera pelas Musas.
Um comentário:
Rendo-me a este jardim fragmentário
(que jardim não o seria?)
Cada tilisco da decantada casca,
cada pétala de pele ferida,
É cítrica, ácida,
é amarga para quem lhe crave os dentes,
Mas previne e cura a náusea do doce,
Insinua-o e oculta,
Leva ao beco-margem do ausente.
E assim adormece Sireno,
Cessadas correrias, rindo ri-dí-cu-lo mundo-eu,
Lendo, falando sozinho.
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