domingo, 11 de março de 2012

Uma criatura ou "fill in the blanks: retrato de um olho roxo pela Lapa" 


Sei de uma criatura antiga e formidável,
[etsy]
Que a si mesma devora os membros e as entranhas,
Com a sofreguidão da fome insaciável.
Habita juntamente os vales e as montanhas;
















Ama de igual amor o poluto e o impoluto;
Começa e recomeça uma perpétua lida;
E sorrindo obedece ao divino estatuto.
Tu dirás que é a morte; eu direi que é a vida.

5 comentários:

Anônimo disse...

"E é nesse destruir que as suas forças dobra."

Disse melhor o Bruxo do Cosme Velho o que os antropófagos doutrora já haviam dito, Platão primeiro e Nietzsche depois: "Não há festa sem crueldade!".

E o que de nós seria sem as feitiçarias daquele Bruxo?

Na casca de limão disse...

questão é saber quais crueldades realmente dão em festa.

Anônimo disse...

Como qual? A vida — que tal?!

sampa disse...

O poema é seu, flor? (;

Na casca de limão disse...

O poema-post acaba sendo.

Mas os dois fragmentos são o começo e o fim do poema "Uma criatura", do então jovem Machado de Assis.