quarta-feira, 11 de abril de 2012

respiração cutânea ou "sobre a necessidade de ajudar o deus"



[pia bramley]


Quando sinto o nó, ele sempre já esteve dentro da pele.
é corpo estranho, grita o corpo, querendo expulsar.
é desassossego qualquer, condescende o cansaço.

No então, nó já mora e mendiga. E ele cresce.
Ninguém mais vê e ele cresce.
Tento dizer e ele cresce.

Procuro nos poetas nó que se pareça.
Oblívio óbvio: na procura do pronto não se vê.
Então procuro mais, para só ver crescer mais meu nó.

Fecho os olhos, entro n'água: agora o mundo precisa de mim.




3 comentários:

Na casca de limão disse...

ou "os homens viram-se privados da vigilância divina, devendo conduzir-se sós e zelar por si mesmos, tal como o universo, pois tudo o que fazemos é imitá-lo e segui-lo" 274d, Político.

Anônimo disse...

Hj. vc. está mais difícil, explica mais um pouco...

fernanda disse...

queria fazer um inventário dos versos essenciais desse poema. não podendo dizer: todos, digo: "(...) nó ja mora e meniga (...)" e "procuro nos poetas nó que se pareça".

você fez certo - passou pra você a responsabilidade de dizer do SEU nó. "os que lêem o que escreve na dor lida sentem bem/ não as duas [dores] que ele teve/ mas só as que eles não têm".