domingo, 16 de dezembro de 2012

sobre horizontes sinuosos



ao mar o que é do mar: 
pra quem foge à terra presa 
eia
à deriva em alto-mar, outra cela

é que agir sem se conhecer
exige coragem,
isto os portugueses bem-souberam ensinar.


9 comentários:

Anônimo disse...

De q adiantará conhecermo-nos se terra e mar acabam nos tragando?
A quem ensinar se o irremediável fracasso deve sempre ser vivido?

soundtrack improvável: "Now that we found love, what we're gonna do?"

Anônimo disse...

Nada a ver essa música. Tente Mariza ou Amalia a cantar o fado Alfama...
4 paredes de água. ..

Na casca de limão disse...

Anônimos, uni-vos!

é bem verdade que já se uniram estes dois em um ponto consensual, ao menos: não há casca que sobreviva sem música.

E Amália estava mesmo no germe deste post-poema, mas acaba que passei dia inteiro ou dois, já nem me lembro, repensando este verso "Now that we found love, what we're gonna do?"

Será que é verdade a tese do shakeaspeare de que amor realmente-amor significa morte? (no sentido de que significa completude, coisa que não vai junto com "vida")
será?

se for assim, o mundo bem poderia acabar amanhã de amor.

será?

neste caso já estou antevendo uma cena de orgia total do mundo, bem parecida com aquela do êxtase da cidade que tem naquele filme meio bom meio ruim, "Perfume".

será?

oxalá.

Anônimo disse...

Agora vai.

Longe da morte,
Achado o amor uma longa faina
se inicia.

Tudo se faz, tudo se adequa,
porque é tão frágil e inconsequente,
tudo nele inspira cuidado.

Até o dia em que
a gente coloca a mão na maçaneta.
Ele então mostra os dentes em terrível sorriso.

É olhar escondido pelas frestas,
e da janela pode-se enxerga-lo ali perto.
evaporou-se:
e alhures, outros enfeitiça.

Anônimo disse...

Aliás e a propósito,

Stop me if you think you've heard this one before.

Tudo a ver.

F_ disse...

Schopenhaurizou.

Estavas vendo "Limite" quando ajuizou-se destas palavras?

Para endossar, ó: http://law2.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/wilde/prisonwritings.html

Na casca de limão disse...

Quem dera... eu queria mesmo ver "Limite", desde que você me comentou sobre ele.

Tudo o que eu consegui até agora foi trecho inicial, no youtube, (que sozinho já é impressionante), além de algumas histórias sobre o mário peixoto aqui ou ali.
Mas, afora isto, você sabe se existe link para download dessa tão falada versão remasterizada?

Obrigada também por me dizer que Yet each man kills the thing he loves; nunca tinha visto este impensável que o Wilde pensou.

E um dia encontro o Schopenhauer (no mar? na coragem? na cela? ainda não sei). Se quiser me dar uma dica, eu sempre aceito!

F_ disse...

Comentei?

Um usuário tomou a iniciativa de postar o filme na íntegra via youtube. http://www.youtube.com/watch?v=oaizV9lQuiM

NOTA: A qualidade não está lá grande coisa em se tratando de "cinema mudo",mas dá para se ter alguma ideia do entorno.

Tenho uma versão em DVD de melhor qualidade obtida no Arquivo Mário Peixoto, na Glória (vale a pena a visita!).

Na coragem? Risos. Sim, na cela, com direito ao poodle que convinha ter.

Na casca de limão disse...

Comentou no 15 de janeiro de 2013, 16:34.

E nunca fui ao Arquivo, vou visitar mesmo.

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