quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Mélancolie ou: le fascisme mange mon foie

Il y a des jours où la poésie m'échappe,
a dit plus ou moins Adélia Prado

Je regarde la pierre, je ne vois plus
qu'une pierre
Je regarde le ciel, je ne vois plus
que le gris

Là où tout agace, tout dérange
et l'amour ne semble possible que pour
les champignons

Dans ces moments-là,
il n'y a pas non plus
d'engagement

Et je vois dans la petite laideur
sans intérêt d'un fromage pourri:
Le pouvoir agit en nous mélancolisant.

domingo, 4 de novembro de 2018


Porque arroz e coragem, ou seja, libido sempre foram o alimento da vida.

Se tem alguma ordem é sobre o que sentimos, tudo o que temos.
Se existe algum progresso é na renovação celular do comboio de corda que chamamos coração.

domingo, 19 de agosto de 2018

The will. It is not difficult to do anything when one is inspired by the clear perception of a duty. But what is hard is that when one is suffering this clear perception vanishes, and all that remains is awareness of a suffering which it is impossible to bear.
But the converse is also true: at the moment of taking the decision, the duty is present and the suffering is still far away. The will could not triumph if it had not fight against forces stronger than itself. The whole art of willing consists in taking advantage of the moment before the struggle begins to contrive in advance that one’s objective situation at the moment when one is weak shall be as one desires it to be…
The will’s only weapon is that it is able, in so far as it consists of thought, to embrace the different moments of time, whereas the body is limited to the present. Therefore, in short, it is simply a matter of withholding the assistance of thought from the passions.
It is not a question of “making resolutions” but of trying one’s hands in advance.
One must develop a habit. Training.
Distinguish between the things I can put off, and those [I cannot].
Begin the training with small things, those for which inspiration is useless…
Every day, do 2 or 3 things of no interest at some definitely appointed time.
Reach the point where punctuality is automatic and effortless. — Lack of flexibility of imagination. An obstacle to be methodically overcome. The second screen between reality and yourself. Much more difficult. What is needed is something quite different from a methodical training… But precious.
Two internal obstacles to be overcome
—Cowardice before the flight of time (mania for putting things off — idleness…)
Illusion that time, of itself, will bring me courage and energy…. In fact, it is usually the contrary (sleepiness). Say to yourself: And suppose I should remain always what I am at this moment? … Never put something off indefinitely, but only to a definitely fixed time. Try to do this even when it is impossible (headaches…). Exercises: decide to do something, no matter what, and do it exactly at a certain time.
You live in a dream. You are waiting to begin to live….
List of temptations (to be read every morning)
Temptation of idleness (by far the strongest)
Never surrender to the flow of time. Never put off what you have decided to do.
Temptation of the inner life
Deal only with those difficulties which actually confront you. Allow yourself only those feelings which are actually called upon for effective use or else are required by thought for the sake of inspiration. Cut away ruthlessly everything that is imaginary in your feelings.
Temptation of self-immolation
Subordinate to external affairs and people everything that is subjective, but never the subject itself — i.e. your judgement. Never promise and never give to another more than you would demand from yourself if you were he.
Temptation to dominate
Temptation of perversity
Never react to an evil in such a way as to augment it.

terça-feira, 10 de julho de 2018



Elle vivait, en qualité de second moi, sa vie particulière, dont l'existence se manifestait quand le moi visible perdait conscience de lui: dans le songe, dans l'évanouissement, dans l'extase.
Não sou profeta pra ver invisível


I am no prophet of the invisible


Je ne suis pas devin pour voir dans les ténèbres.

Eurípides, Hipólito (ff. 346)
encore


É que sexo é separação, disse o verbo latino seco; mas diria também eu, agora que já estou dizendo.
Separa porque diz você é um, e é nisso mesmo que une ao outro, outro um.

Separa porque encerra em quatro muros:
ao norte, aventurança a inventar; ao sul, memória envidraçada;
a leste, o espelho evadido; a oeste, reflexo e refletido.

Separa, então, por dom do tempo,
coisa que traz a memória de outro intervalo: o vão entre poema e poema.

Separa; então do então; por promessa.



[Gina Ruggeri]

quarta-feira, 4 de julho de 2018

the face as the extreme precariousness of the other

cynthia decker

l'a dit Levinas quand il se souvenait de l'histoire d'un enfant tué au bord de la mer juste à côté de sa mère

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Antes o sol
depois o caule,
diz o açaí do mato,
que sabe,
a raiz primeira é pra cima,
a segunda é pra baixo;
o que vem no meio
há de ser consequência.


quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pra fora e acima da manada


She is the clouds the sun cannot penetrate,
she is the sun the clouds cannot resist,
she is the voices of the rain,
she is the silence of an unread book,
she has a tongue to flay anyone who
bandies words with her. Those who
feel the lash of that tongue take
a long time to heal. A few have
never found the cure.

segunda-feira, 14 de maio de 2018


 
*Destinos*
"1. uma fotografia que alguém tirasse fixando esse exato instante em que me preparo para partir em busca do meu destino, sem saber se um dia conseguirei voltar para rever meus parentes, reverenciar os mortos, saudar os vivos, já antevendo os obstáculos com que vou me deparar até talvez alcançar um ponto em que me torne visível, motivando o orgulho da minha família, captaria a tristeza dos meus olhos nublados, mas não os relâmpagos que incendiam minha cabeça: será a vida isto?, essa sensação de nunca pertencer a lugar nenhum, esse necessário desprendimento da paisagem, das pessoas, dos bichos e das pedras que compõem o cenário da nossa memória, a certeza de ser inútil qualquer esforço em rebelarmo-nos, pois as coisas são o que são, e amanhã, quando acordar, estarei numa cidade estranha, entre gente estranha, aprendendo, a cada nascer do sol, a desmanchar os fios do que fui e a tecer a história do que vou ser, solitariamente emaranhado em lembranças que mantêm meus pés enterrados no passado quando meus braços se arremetem náufragos à frente; (...)"

A palavra como fetiche-corpo-objeto. 

A palavra que alarga para ser dita, para ser ouvida. 

A escuta como ato político em que se encerra : em um mundo absolutamente dominado pela imagem, um exercício.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Flôrra, elle m'a dit devant moi, en scooter, comme quelqu'un qui veut créer un moment précis, Quoi?, eu perguntei intuindo momento preciso, Je t'aime.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Une angoisse chaude et froide comme des petits courants qu'on sent pendant l'enfance, celle qui commence partout dans le corps et l'esprit, et qui picote chaque follicule. Le nerf vague organise de telles réactions. Je suivais mentalement le trajet du nerf vague autour de mon corps et je cherchais à le calmer quand un cri me traversa la pensée.

Big philosophical forms of dread are fun to discuss but tiny terrestrial terrors just make me depressed.


Il arrive un moment où on réalise que les autres ne sont pas interchangeables. Je t'ai cherché!


Combien de sortes de baisers y a-t-il, Grimaldi?


Neuf sortes, Grimaldi a répondu, pour une raison quelconque chuchotant. Utilisez le numéro six. Grimaldi a commencé à bouger.





sábado, 21 de abril de 2018

Ainda entendendo o que eu nunca poderia ter sabido antes de sair de casa

[Patrick Cabral]

o poder
age nos
melancolizando

produz melancolia

quebrar a
fábrica de bile
negra
é também ver
que não é
propriamente negro
o desespero

é ocre
e vem do olhar opaco
pra repetição cafona
de uma tragédia sem
coro

sindicalizar a
usina de depressões
é também querer
ser apesar
da brutalidade

espelhar o ocre
até que ele seja
visto por quem
já não olhava

e lembrar
também nós temos
fala, essa liga misteriosa
que nos torna um corpo só
político

quarta-feira, 18 de abril de 2018

sobre mapear a lua

[usgs]

Eu
que não não aceito encomendas
vi a lua
vi o mapa
e lembrei dela que diz faire l'amour
e não baiser