domingo, 17 de outubro de 2010

" Pai-Mãe, respiração da Vida, Fonte do som, Ação sem palavras, Criador do Cosmos ! 

Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós para que possamos torná-la útil. Ajude-nos a seguir nosso caminho.

Respirando apenas o sentimento que emana de Você. Nosso eu, no mesmo passo, possa estar com o Seu, para que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas. 

Que o Seu e o nosso desejo sejam um só, em toda a Luz, assim como em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades. Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós, pois assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo. 

Não permita que a superficialidade e a aparência das coisas do mundo nos iluda, e nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento. Não nos deixe sermos tomados pelo esquecimento de que Você é o Poder e a Glória do mundo, a Canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo embeleza. Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações. 

Que assim seja."
[Essa é uma versão antiga do Pai Nosso, traduzida direto do aramaico, e não deve ser lida sem vontade.
Está escrita numa pedra branca de mármore, em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, na forma como parece ter sido invocada pelo amigo-mestre Jesus. 
O aramaico é um idioma originário da Alta Mesopotâmia, (séc VI ac), e era a língua usual do povo, enquanto o hebraico era mais utilizado em ritos religiosos. Jesus sempre falava ao povo em aramaico.]

terça-feira, 12 de outubro de 2010

I  
todo caos momentâneo
[sam weber]


- A coisa que mais estarrece é o momento da minha vergonha de não ser quem eu pareço. Ou, pelo menos, quem eu sei que gosto de parecer.
- ...que nem o segundo lento-e-curto da quebra, ou o instante do desabamento. é que é quando não dá pra voltar atrás, mas também não acelera logo pra frente.  




when-always, repetition of the same change is everchanging change



[Melinda Gibson]

The not-that-easy "but" is that urging means becoming.

So that the curiousness to see is seeming,
but the seeming itself, is left unseen.

Being is a perceptive construction, then, that does not perceive the constructing.
Otherwise too self-conscious, the wise thing to do is to be conscious about the conscionable.
[which we're only acquainted to.]

"What about the curiosity?" It is to conscionably desire. Is it conscionable, desire?
Always in present, always continous.
[still Melinda, more Gibson]





when-always, repetition of the same change is everchanging change

II  
todo caos momentâneo
[sam weber]


- A coisa que mais estarrece é o momento da minha vergonha de não ser quem eu pareço. Ou, pelo menos, quem eu sei que gosto de parecer.
- ...como o segundo lento-e-curto da quebra, ou o instante do desabamento. é que é quando não dá pra voltar atrás, mas também não acelera logo pra frente.  


terça-feira, 5 de outubro de 2010

É que não tenho um filho.
Então me nino contando a imaginada de como isso seria.
Como é ser atenção de todo cuidado? Ser devoção pelos detalhes, saber urgência de amor que não quer nada em troca?
Quando olho assim, a metalíngua vem me dizer que tem hora e lugar para se saber filho de si.
É que, no profundo, eu sei que me amo, mas é amor de longe, amor de subsistência; coisa que se esquece à tarde.
Mas, na casca, não me amo nem por amor à vida, porque não é por amor de volta. Me amo por amor de ser, sinônimo de fazer.
[jean-luc cornec]

- É que a pergunta não precisa da resposta. Ela é toda desejo incontido, é impulso.
- Ah. Mas... como?

sábado, 2 de outubro de 2010

No incêndio dos sentidos


[minhaline barcelos]

- Como é que você escreve foto das coisas que são por aí?
- É que entre o sim e o não, escolho o que me apetece, sem hesitar.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

 Tenho uma pessoa de dois anos que se me alimenta.

E ela diz que não quer terminar o almoço.
e eu respondo que a gente come porque quer viver, que sem comida a gente adoece, e que ficar doente dói.
E pergunto se ela lembra de como dói a dor, e começo a imaginar ela-mesma só que mais crescida, e me olhando com os olhos de quem sabe que isso é coisa da retórica, mas que cumplicia porque sabe que é querer bem.
E continuo e digo que a gente nunca quer dor, porque a dor não deixa ver coisas bonitas, ouvir música, ver desenho ou dançar.
E que ela estraga tudo isso, a dor, mas não porque seja má; e aí vem o sussurro: mas porque ela tem que vir lembrar de que a gente não vive por obrigação.