domingo, 27 de maio de 2012

três enquadramentos para única ordem

[Barbara  Probst]


Sebastião é sujeito irresponsável. E imprevisível e infantil, e disponível pra qualquer afeto e, por isso, sempre à beira de um colapso, e sedutor, e anárquico, e preguiçoso, e amável e doce, e criativo, e bruto.

Teofrasto não tem rosto, desconhece a própria idade, é condescendente e tem necessidade de agradar. É gente de inspirações súbitas, conversa com a natureza e com os demônios do mundo, tenta provocar o aparecimento de estigmas na palma da mão esquerda, é tão sensível que não suporta o contato com a própria roupa. Não é construtivo nem destrutivo, é como se fosse uma antena.

Frederico é paciente e bom, não usa óculos, mas vê, porque tem sentido de responsabilidade e de conjunto. Sua função é andar pra frente, mas sempre só consegue se anda junto com Téo e Sebastião que, no entanto, parecem puxá-lo pra trás.


Os três nem pensam que seria possível libertarem-se: são compassos ternários em improviso.

5 comentários:

Anônimo disse...

Oh, Santíssima Trindade Freudiana!

Camila disse...

Um é pouco, dois é bom e três: é demais! ? - psicologia platônica... para que prozac, não é mesmo?

Anônimo disse...

Tenho pena do Frederico.

Na casca de limão disse...

Hoje descobri estes vários comentários já antigos. Talvez um paleontólogo saiba descrever palpitação parecida.

Fato é que não se pode mais confiar nesse rio-enchente que é o gmail.

Na casca de limão disse...

Sobre o Freud, informativamente não sei. Conta?

Sobre a quantidade certa, radicalmente não sei; mas gosto mesmo assim.
[fora que estou desconfiada de que a 'República' também não sabe]

Sobre Frederico, tenha pena não. Frederico gosta de andar pra frente.