Basho atravessava o país para encontrar uma cachoeira.
Mesmo em Quioto,
quando ouço o cuco,
tenho saudades de Quioto,
respondia ele assim sempre que lhe entoavam um aonde vais?.
Mesmo em Quioto,
quando ouço o cuco,
tenho saudades de Quioto,
respondia ele assim sempre que lhe entoavam um aonde vais?.
Imagino-o acordando ainda em casa,
preparando a viagem, comendo e se lavando,
e tudo isto movido pelo desejo de ver Quioto,
de onde, no entanto, ele ainda não havia saído.
É que a saudade de Quioto nunca teve realmente a ver com o fato de estar lá.
3 comentários:
Sobre esse teu crônico emigrar/imigrar, saudade mal parada...
Ouça "One Way Trigger", Strokes (!!!)
read the lyrics...
Há algo aí (parece-me), embora longe do Japão.
hum, você diz que a crônica comum entre essa dos strokes e a minha talvez malaise da saudade é que
as motivações que levam a gente a agir podem ser indiscriminadamente internas ou estrangeiras?
ou é ainda outra coisa? fala mais aí!
Vc. só faz pergunta difícil!
As motivações são sempre externas (acho q o Bergson disse algo assim), mas o q fazemos delas não é nossa responsabilidade?
Achei incrível a música como um todo (dispensável falar bem dos Strokes), mas considero o impasse/confusão dos discursos (partir X ficar) sua parte mais deliciosa.
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